Eu não quero o teu corpo
Eu não quero a tua alma,
(Joaquim Cardozo)
Não terás o meu corpo;
As chagas que ele traz não entalham nomes.
Não terás a minha alma,
Mas deves senti-la. E verás sê-la insone.
Deixa quieto o meu ser (minha pessoa inviolável)!
Mas saibas que, no circunflexo,
Tudo te contorna, em elo inexorável.
Anseies, pois, pelo prazer que cabe a ti
No momento a dois.
Essa parte que não posso (eu mesmo) dar a mim.
Bom não quereres o meu corpo ou minha alma.
Que vivas então amada. Amante e bela, assim.
[Ari Donato | Salvador / 2014]